Daniel Paulino
Alagoas conta com excelentes clínicas e hospitais veterinários para dar assistência a população animal do Estado. Porém, algumas vezes para bancar certos tratamentos é necessário ter uma boa condição financeira. Mas e quem não tem condições de bancar um tratamento particular o seu animal, o que faz? Nesse caso, desde 2003 a o Núcleo de Educação Ambiental Francisco de Assis (Neafa Maceió) tem prestado um trabalho solidário pelo bem estar animal de pessoas carentes.
O Neafa Maceió é uma organização não governamental e sem fins lucrativos criada por amantes da causa animal com o principal objetivo de promover o bem estar dos animais de pessoas humildes, que não tem condições de manter um tratamento em clínicas particulares. O ONG presta todo tipo de atendimento clinico, patológico e cirúrgico aos animais e e pede apenas um contribuição das pessoas para o atendimento, e até mesmo, dependendo a situação, oferece atendimento gratuitos.
“Nós só não fazemos cirurgias ortopédicas. Mas, no geral, o restante nós fazemos. A principal demanda são as esterilizações, de cães e gatos, fêmeas e machos. Mas também fazemos cirúrgias patológicas diversas, fazemos tratamento de TVT, que são doenças veneras transmissíveis, que há uma incidência muito grande aqui em Alagoas e inclusive esse tratamento é bem numeroso e não é qualquer um que pode pagar esse tratamento. Além dos tratamentos clínicos comum”, disse a presidente do Neafa, Cristiane Leite.
Segundo Cristiane, o Neafa também é uma ONG de proteção animal, o desenvolvimento de outras ações também é primordial no dia a dia dos voluntários.
“O Neafa não tem por objetivo ser abrigo, mas nós acabamos protegendo alguns animais com grave risco de vida, resgatamos, cuidamos, fazemos todos os procedimentos veterinários, cirúrgico e clinico que for necessário para recuperar o animal e depois o colocamos para adoção”, disse, Cristiane enfatizando que os animais adotados através do Neafa passam a ter acompanhamento clínico pela ONG.
Maior dificuldade enfrentada
Mesmo contando com uma boa estrutura, com sala de cirurgia com três mesas operatórias, um grande ambulatório pós-cirúrgico, várias salas para atendimentos clínicos, e áreas para animais domiciliados, a demanda de casos que chegam ao Neafa sobrecarregam os serviços e a estrutura da ONG, e muitas vezes é necessário encaminhar os animais a outras clínicas particulares parceiras, que fazem a preço popular a pedido do Neafa, ou até mesmo, quando animais de rua, para o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).
Além disso, o problema maior é o abandono de animais. Segundo a presidente da ONG, as pessoas já chegam a entidade com o objetivo de deixar o animal. Para Cristiane Leite, na primeira dificuldade encontrada, as pessoas já querem descartar e não é dessa forma que o Neafa trabalha e esse também é um dos motivos da superlotação da entidade.
“As pessoas querem fazer o Neafa de depósito e não é esse o objetivo. Vocês não tem idéia do quanto isso prejudica todas as nossas ações. Nós temos que ter uma estrutura capaz de atender adequadamente e para isso é necessário ter responsabilidade”, explicou Cristiane. “Nós temos os nossos serviços acima do limite, pois as pessoas abusam e são tantos casos de maus tratos de grave risco que a gente tem que acolher e eu até brinco, nem que a gente fosse o Maracanã, a gente daria conta da quantidade de animais que batem na nossa porta e querem deixar”, disse.
Para coibir que pessoas simplesmente deixem animais abandonados na porta da entidade, foi necessário tomar medidas drásticas. Segundo Cristine Leite, uma das alternativas foi não colocar o nome da instituição na fachada do prédio e a mais drástica foi a instalação de câmeras por todo o quarteirão.
“Abandono é crime e por conta da quantidade de animais que estavam sendo abandonados aqui, nós decidimos colocar câmeras em todo o quarteirão. Agora, nós filmamos e encaminhamos ao Ministério Público, pois isso é um crime e a pessoa deve ser punida dentro dos parâmetros da lei”, explicou.
Parceria e doações
Por ser uma entidade sem fins lucrativos e sem qualquer apoio dos órgãos do governo, o Neafa precisa de doações para manter seus serviços disponíveis à sociedade. ONG pede uma contribuição, dentro das possibilidades de cada um, mas que em casos de pessoas extremamente carentes, o atendimento é gratuito e por isso, segundo a presidente, apenas com a ajuda do ambientalista, Dr. Ismar Gatto, que além de ceder o espaço físico onde funciona o Neafa, também dá uma contribuição financeira muito importante para a entidade.
Para Cristiane Leite, é graças a essa ajuda que a ONG consegue funcionar, já que sem ela seria muito difícil a entidade se subsidiar.
“Nós vivemos de doações, mas temos o principal mantenedor do Neafa, é o Dr. Ismar Gatto, se não fosse ele a gente ainda não conseguisse manter esse trabalho”, disse Leite. “Além dele, nós temos vários outros colaboradores e somos muitos gratos, como algumas clínica veterinária e o Centro Vet, um dos principais laboratórios veterinários do Estado”, explicou. “Além de pessoas que nos ajudam com o seu trabalho, e suas doações”, finalizou.
Segundo Cristiane, o Neafa é uma soma da solidariedade das pessoas, tanto recebendo ajuda na execução de trabalho, com voluntários, como na questão de doações financeiras e de materiais necessários para algumas ações.
“Qualquer tipo de doação é bem vida. Se você quer ajudar, você com certeza vai conseguir dentro das suas condições”, disse. “Ração, material de limpeza, material hospitalar, medicamento, remédio pra carrapato, toalhas, jornais, panos usados, casinha de transporte, enfim. São muitas formas de ajudar e que tudo ajuda. O Neafa é uma soma disso aí, de várias pessoas ajudando”, explanou.
Contatos-
Núcleo de Educação Ambiental Francisco de Assis - Neafa Maceió
Telefones para Contato: (82) (82) 3221-0193 (período da manhã)
E-mail: contato@neafa.org.br
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